Dicas para viajar com o seu animal de estimação!

2016-07-25   Publicado por:

Planear umas férias com o nosso animal, ainda não é uma tarefa fácil e exige alguma burocracia, cuidados especiais, mas o pior ainda são as exigências, quer dos transportes públicos, como companhias aéreas, quer de alfândegas, quer mesmo das casas ou hotéis escolhidos.
 
O primeiro passo se quer ir acompanhado do seu animal, é informar-se muito bem das condições do País para onde vai viajar e das companhias de transportes, uma vez que as leis, obrigações e condições, variam muito e não são unânimes.

A nível veterinário, também é preciso cumprir alguns requisitos.
 
Quanto ao sítio escolhido ou a escolher para passar as suas férias poderá ser mais simples, ou aceitam o seu animal ou não aceitam, aí cabe-nos a nós escolher mediante essa condição e perguntar directamente caso essa informação não seja clara.

Cuidados veterinários

Dentro da UE

  • Passaporte - para viajar com o seu animal, o mesmo terá que ter um passaporte para animal de estimação, que deverá ser passado por um veterinário certificado pela DGVet (Direcção Geral de Veterinária), onde constará essencialmente o plano vacinal do animal. A vacina da raiva nos cães tem que estar e dia. 
É preciso ter atenção que alguns Países exigem essa vacina com tempos de antecedência na administração variável, ou outras vacinas específicas, como a vacina contra a ténia.
Informe-se em caso de dúvida que vacinação deve ser administrada para o País em questão.
  • Microchip - este aparelho de identificação, já é obrigatório no nosso País, no entanto, vale lembrar que para viajar, o seu animal é obrigado a ter o microchip.

Fora da UE

  • Certificado veterinário - Para viajar fora da União Europeia, é necessário ainda ter um certificado veterinário da DGVet, onde ateste que o seu animal respeita as condições de saúde e vacinação. 
Em casos de dúvida contacte a embaixada do País de destino em Portugal, para confirmar que cumpre com todos os requisitos e consulte o portal da Direcção Geral de Veterinária, onde encontra informações sobre as condições sanitárias aplicáveis na circulação de animais domésticos de e para Países membros e não membros da União Europeia.

Companhias Aéreas 

  • É preciso recolher o máximo de informação sobre as condições de cada companhia, algumas diferem nas condições, outras nem sequer permitem a viagem de animais, como as bem conhecidas low cost, Ryanair e a Easyjet.
  • É possível viajar com o seu animal na cabine junto de si, no entanto é preciso cumprir alguns requisitos, como o peso do animal e dimensões da caixa transportadora.
  • Regra geral o peso máximo permitido no total (animal+transportadora) não pode exceder os 8 kg. Acima dos 8 kg até os 45 kg, podem ser transportados no porão, na sua transportadora, em zona ventilada e com pressurização igual à da cabine.
  • Algumas companhias não permitem determinadas raças de cães, como as raças braquicefálicas, devido a possíveis problemas respiratórios a que estas raças são mais propensas. 
  • Convém fazer a reserva com antecedência, uma vez que as vagas para transporte de animais num mesmo voo é muito reduzida.
  • Deverá assinar uma declaração para expedição de animais vivos, que será fornecida na altura do pagamento do transporte do animal.
  • Convêm estar no aeroporto com antecedência, especialmente se o seu companheiro tiver que ir em “2º classe” no porão, uma vez que o processo é mais demorado.
  • Uma vez que ainda é um processo aborrecido, com pouco consenso e com exigências tão variáveis, como pesos, preços, raças, destinos, transbordo, transportadoras, vacinação, etc, aconselho vivamente a guardar todos os registos de comunicações feitas com as respectivas transportadoras aéreas. Pergunte sempre o nome da pessoa com quem falou ao telefone, bem como a data e hora da comunicação, imprima todos os emails que possa ter trocado aquando os pedidos de informações, as regras de voo da companhia, etc, tudo o que se lembrar que lhe poderá ser útil no caso de um mal entendido à porta de embarque. 

Cuidados de Bem Estar

  • A minha primeira dica é trabalho de casa para habituação da caixa transportadora. É muito importante que o seu cão ou gato confie naquele cantinho e se sinta confortável lá dentro. 
Tudo isso é um treino, comece por:
  • Deixe a transportadora com a porta aberta e deixe lá dentro algum objecto que o seu animal adore e recompense de cada vez que ele se aproxime ou tente entrar, qualquer passinho dele na direcção da transportadora deve ser recompensado com algum brinquedo ou petisco.


  • Quando ele estiver mais acostumado e confiante, experimente colocar lá um cobertor e transformar aquele sitio numa caminha confortável
  • Quando o seu amigo já estiver confortável a se deitar lá e ficar por lá algum tempo, comece a deixar lá também aqueles mimos, como um Kong recheado ou um osso, algo que permita ele ficar lá mais algum tempo entretido.
  • Comece a aproveitar para fechar a porta por curtos períodos de tempo quando o deixar com um osso para roer ou um Kong recheado e vá aumentando esse tempo muito gradualmente...
  • Passado algum tempo, aquele sítio vai significar um recanto com um valor muito alto para o seu cão ou gato, é um sítio a que ele associa a algo positivo e a sentimentos relaxados e prazenteiros.
  • Traga sempre o seu animal identificado (para além do microchip) com uma plaquinha com o seu contacto e informações do voo. - Não alimente muito o animal antes da viagem para o caso de enjoo ou indisposição
  • Regra geral não é necessário sedar o seu amigo, pode até ser contraproducente, se ele viajar no porão, vai a viagem toda sem supervisão. Aposte antes no treino e habituação à transportadora e deixe objectos com o seu cheiro e os brinquedos preferidos dele dentro da transportadora. No entanto, se não tiver tido oportunidade para este procedimento, se tiver um cão muito ansioso, medroso ou dependente, não torne esta experiência num trauma, aconselhe-se com o seu veterinário, existem várias medicações possíveis para minimizar a situação.
  • Evite voos com escalas quer leve o seu companheiro na cabine, quer em voos curtos, mas principalmente se o seu animal for no porão, transbordo podem levar a atrasos ou extravio. Se a viagem for muito longa, de mais de 8h por exemplo, prefira voos com escalas, pode aproveitar estes intervalos para dar água e comida ao seu animal e todos descansam um pouco. 

Viajar de carro

 
Muitos dos conselhos acima mencionados para viagens de avião, aplicam-se às viagens de carro, no entanto vale lembrar essas e mais algumas sugestões:
  • Não alimente o seu animal nas horas antes da viagem.
  • Faça paragens regulares, de 1h a 1h ou de 2h em 2h, isto vale para si também, de modo a que possam esticar-se, fazer necessidades e espairecer.
  • Mantenha a temperatura no carro agradável mas não muito discrepante com a exterior.
  • Deixe algum brinquedo ou manta com o seu amigo para o deixar mais sereno e entretido.
  • O animal deve também ser transportado dentro da sua transportadora, vários estudos apontam que é a maneira mais segura de transporte em caso de acidente ou travagem brusca.
  • Traga consigo toda a documentação necessária, tal como o boletim de vacinas ou alguma declaração necessária do seu veterinário.
  • Nunca deixe o seu animal sozinho no carro sem supervisão, mesmo que por curtos períodos, especialmente em dias quentes, os golpes de calor são fatais e muito mais rápidos do que imaginamos, acho que é um risco alto demais para correr.
Depois disto, cabe-nos a nós decidir se ainda assim será boa ideia levar o nosso animal connosco ou não. Não se trata apenas do trabalho extra, burocracias, investimento financeiro, etc, trata-se também de saber que tipo de férias vamos ou queremos ter, o que estamos dispostos a fazer em caso de contratempos inesperados. Levar o nosso cão connosco de férias, implica o chegar a algum lado onde os animais não são permitidos e ter que alterar os planos, por não conhecermos tão bem os sítios para onde vamos, etc.
 
As férias são em muito imprevisíveis, principalmente quando vamos para longe e sítios desconhecidos, sem horas, sem grandes marcações ou planos. Com um cão ou gato as coisas já não poderão ser bem assim, teremos que abrir mão de muita coisa se não queremos deixar o nosso amigo fechado em casa ou hotel as férias todas, afinal, se decidimos que queremos a companhia deles nessas tão merecidas férias, temos que elaborar planos e estratégias para que seja um tempo agradável para todos.
 
Caso contrário, procure sítios de confiança onde possa deixar o seu animal, seja com amigos ou família, seja contratando serviços de empresas de cuidado animal.
 
Existem várias empresas que fazem pet-sitting e hospedagem, onde os vossos companheiros farão parte da família durante esse período. Vejam as condições dos nossos serviços Aqui!

Na minha opinião, no caso de um cão, os serviços de hospedagem em ambiente familiar, são os mais benéficos e aconselhados. Embora existam muitos hotéis para animais de qualidade, nada se compara a uma família que acolhe em sua casa, sem boxes e sem tanta confusão de animais, apenas partilhando o mesmo sofá e tempo de qualidade juntos com humanos que amam o que fazem.
 
Dito isto, boas férias, e se ainda não for este ano que consegue reunir as condições para ir de férias acompanhado do seu animal, vá planeando com antecedência as próximas seguindo estas dicas!

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